Lei, Evangelho e Pregação

Quando Jesus diz que veio para dar vida, e vida em abundância (João 10:10), isso obviamente implica que as pessoas para quem Ele veio não tinham vida. Isso porque todos, pecando, se afastaram da Fonte da Vida. O pecado desfaz nossa ligação com Deus. Por meio da lei, dada por Deus com propósitos misericordiosos e […]



24 de março de 2015 Bibotalk Reflexões

Quando Jesus diz que veio para dar vida, e vida em abundância (João 10:10), isso obviamente implica que as pessoas para quem Ele veio não tinham vida. Isso porque todos, pecando, se afastaram da Fonte da Vida. O pecado desfaz nossa ligação com Deus.

Por meio da lei, dada por Deus com propósitos misericordiosos e de vida, os pecadores são confrontados em sua iniquidade, e a sua falha constante em seguir os preceitos de Deus é exposta. Por isso se diz que a lei torna conhecido o pecado: ela não cria o pecado, ela expõe aquilo que já existe (Romanos 7:7). Apesar de a lei poder ora condenar, ora defender (Romanos 2:15), o fato evidente da história humana é que todos pecaram, e por isso já não têm mais a glória de Deus (Romanos 3:23). Quebrar um só preceito da lei é se tornar infrator de toda ela (Tiago 2:10).

É dessa realidade de pecado, de falha e falta concretas, de que trata a obra de Cristo. Por meio do Evangelho, as pessoas têm o conhecimento de que uma solução para sua condenação está proposta gratuitamente para todos (Romanos 3:23, 24): a graça da justificação, que é aplicada na pessoa quando esta crê em Jesus (Romanos 3:26). Todo o Evangelho se refere a uma obra, uma graça, uma benção “em Cristo”. O Evangelho é de Cristo, e conta aos homens que Ele morreu pelos nossos pecados, foi sepultado, e ressuscitou, segundo as Escrituras (1 Coríntios 15:1-4).

Dessa maneira, o evangelho não permite que o desespero tome conta da pessoa que é, pela lei, declarada culpada de pecados, mas anuncia a reconciliação de Deus com o mundo, com toda a criação (2 Coríntios 5:19; Colossenses 1:20). Toda pessoa, sem obras da lei, sem coisa alguma que lhe torne merecedora, pode ser declarada justa pela fé em Jesus Cristo (Romanos 3:28), ou seja, confiando sua vida aos méritos de Outro, do Salvador.

Tendo isso em mente, a pregação das boas-novas não exclui a pregação da lei, mas a pregação da lei não atende a necessidade do pecador. A lei deve culminar no evangelho. A nova vida disponível em Cristo deve ser a mensagem central: ela é a resposta de Deus, revelado em Jesus, ao mundo perdido.